Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

Diário de Itápolis - Família Semeghini

Família Semeghini
Família Semeghini

Como a vida da gente roda pelo tempo e nos faz desfilar tantas mudanças nas pessoas, tantas coincidências nos fatos que se desenrolam,  tantas que às vezes tenho a impressão que os fatos e as figuras humanas se repetem. Neste mes de governos novos que se instalam, tive o grato prazer de ver a figura de um jovem político  que conheci menino, lá em Fernandópolis, na Alta Araraquarense onde tive, por uns tempos, uma extensão da Aliança Francesa de  Votuporanga;  era o Julinho, filho da Célia, minha dileta aluna, e do Percy, que também conheci meninão, na minha antiga Itápolis. Percy Semeghini, filho do Sr. Julio e de dona Amélia, irmão da Mercedes, do Theodósio, do Ailton e da Romilda. Moravam num chalé muito bonito, pra cima um pouco da casa do meu tio Angelim, que depois foi a casa da família Gianzanti, ali na antiga Rua 13 de Maio, hoje ruan Ricieri A. Vessoni.
               Percy era um estudante que se destacava como excelente e promissor orador. Estava sempre presente nos eventos cívicos que eram  realizados pelo nosso Colégio Estadual e Escola Normal Valentim Gentil. Ele brilhava com sua desenvolta eloquência. Formou-se advogado, casou-se com uma moça muito bonita de Jaboticabal e fez carreira política em Fernandópolis, onde foi prefeito e gozava de grande prestígio. A Célia, sua esposa, foi minha aluna destacada na Faculdade de Ciências e Letras (Facle) de Votuporanga e na Aliança Francesa que lá eu dirigia. Moça inteligente, dinâmica, voltada para obras sociais, Célia me privilegiou com sua amizade e apoio. Este casal gerou tres filhos, dois meninos e uma menina, um destes meninos era o Júlio, hoje deputado federal, Secretário do Governo do Estado de São Paulo para Assuntos da Gestão Pública. De certa forma ele é mais um fruto da nossa Itápolis, como é também de Jaboticabal.
                O Sr. Julio, seu avô, fazendeito, homem de boa estampa, elegante, educado, era filho do Sr. José Semeghini que, naquele tempo, morava numa casa avarandada, ali na Rua Odilon Negrão, que ainda se chamava Rua Ruy Barbosa. Irmão do Sr. Angelo Semeghini, dono de uma maquina de beneficiar café, perto da igreja dos crentes, Congregação Cristã no Brasil, o Sr. José era pai do Sr. Julio, da Sra. Clarice, esposa do Sr. Mário Brunelli, do Arthur, casado com dona Genoveva Miqueletti, dona Nefa, irmã de minha tia Pina. O Sr. Arthur e a dona Nefa tiveram cinco filhos que são bem conhecidos de todos: a Iracema, que se casou com o jovem Italo Próspero, o Idiomar, que teve como esposa a Sra. Wanda Tricai, ibitinguense que veio estudar no Valentim Gentil, o Ildenofre, que se casou com a filha do Sr. Dante Bacci e com ela foi viver na região da Alta Paulista, ,o Ideval, que também foi casado e o Ildenor, que foi casado com a Lourdes Mortati, filha mais velha da Dona Marieta Armentano e do Sr. Angelo. O Sr. José Semeghini ainda tinha um filho, que se tornou médico, o Dr. Angelo, que vivia em São Paulo. Do que me lembro, estes são os ascendentes do Secretário de Estado, Júlio Francisco Semeghini Neto, a quem rendemos, nossas homenagens, augurando-lhe uma gestão profícua e digna do aplauso de todos os itapolitanos. O Deputado Júlio Francisco Semeghini Neto, é membro deste ramo da grande família Semeghini que é tradicional em nossa terra. O outro ramo, mais numeroso e mais próximo de minha famíla, será objeto deste cronista nos próximos textos.
                O propósito de destacar este "menino" tão importante hoje, é a forma que encontrei de deixar um pleito de gratidão por tudo aquilo que Percy e Célia Coutinho Semeghini, cujo falecimento chegou a mim só agora,   fizeram por mim num dos piores períodos de minha vida. Recebi deles amizade e apoio quando era perseguido pela ditadura militar, anos em que até velhos amigos me evitavam. Gestos assim a gente não pode jogar no esquecimento. Como Percy e Célia não estão mais entre nós, dedico este texto a seus filhos Paulo, Julio e Gigi.