Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

"De Volta, com Alegria!"

Depois de uma trégua para me adaptar à adequação de minha visão, alterada em razão de consequências cirúrgicas, volto com os mesmos propósitos que busquei sempre, desde a primeira crônica de junho de 2009: tratar com leveza de forma e de alma os assuntos que se imprimiram em minha memória desde os tempos de minha infância e juventude, vividas em minha terra querida, a minha mais tenra Itápolis.

Aprendi com meu mestre de alemão, professor  Buggenhagen, também colega de trabalho na antiga Unesp de São José do Rio Preto, que “saber viver é saber livrar-se das coisas negativas que empanam o brilho da existência”. Nada de rancores na alma, nada  de registros sombrios da  vida alheia; desprezo à fofoca, à maledicência, à pretensão de ser juiz de seu próximo. Há muita coisa boa e positiva no mundo, senão por que nos apegamos à vida? Há muita gente boa neste mundo, por que povoar nossa mente com os maus, que são tão poucos, embora façam tanto alarido?

Há muitas pessoas capazes de serem amigos sinceros, companheiros para todas as horas, pessoas do bem, por que então nos martirizarmos com a lembrança dos hipócritas, dos egoístas, dos desleais? Aprendi a lição do meu mestre alemão e consegui aplicá-la durante minha vida. E graças a isto pude sempre agradecer a Deus por ser um homem feliz, de alma leve, capaz de saltar as enormes pedras que caíram nos meus caminhos. O lema que recebi de minha mãe, ainda bem criança, que norteou minha conduta no trato com meus semelhantes e que ela repetia sempre para mim e para meus irmãos era simples, singelo, mas de grande sentido cristão: “Meu filho, nesta vida passe por bobo, mas nunca por mau!”

É com este espírito que escrevo minhas crônicas, que agora retomo neste espaço e também numa página virtual que está sendo montada, para acolher também a colaboração de outros itapolitanos, formando uma espécie de revista literária.  Aguardem!

Na minha página você encontrará reminiscências, histórias curiosas e pitorescas, descrições e narrativas sobre pessoas e famílias que compuseram a sociedade da velha Itápolis. Não esperem de mim assuntos relativos à política, a não ser, rara vez, que seja a Política, como fenômeno universal, de interesse de todo ser humano, seja ele de onde for. Tampouco percorrerei as sendas da polêmica que nutrem a religião, o futebol e qualquer tipo de fanatismo. Enfim, se vocês quiserem passar momentos de entretenimento, sejam bem vindos!

   As crônicas serão publicadas em duas páginas da Internet. O leitor poderá encontrá-la na revista www.comerciodeitapolis.com.br , de responsabilidade do valoroso Valentim Baraldi,  dentro da seção Memorial, sob o título de Histórias que não foram escritas. Aos sábados será publicada na anunciada Revista Literária, cujo endereço é  www.itapolis.net .

Não conseguiria terminar essa página sem fazer menção a um acontecimento muito triste para mim e para muitas pessoas de Itápolis: o falecimento da senhora Nair Bonan Martelli, de cujo passamento só tive a confirmação no dia 1º de fevereiro. Dona Nair revelou-se uma mulher muito inteligente, preparada, sensível e dona de grande discernimento na interpretação dos fatos de âmbito nacional. Esta senhora, aparentemente simples, colaborou diversas vezes comigo na tarefa de dar precisão a certos dados do passado da cidade, contidos em meus escritos. Recebi dela, logo no início de minhas publicações, uma carta muito bem redigida, na qual se afirmava minha leitora, assim como também leitora de várias publicações que exigem preparo e capacidade interpretativa.

Dona Nair passou a fazer parte do meu universo intelectual e humano e a quem passei a considerar amiga, dileta amiga. Sua filha Vera, a quem manifesto meu grande pesar, puxou à mãe e também se revela herdeira de todas as suas qualidades. Finalizo este texto rogando a Deus que acolha nossa querida Dona Nair Bonan Martelli. Meu abraço solidário, querida Vera.