Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

Espírito de Natal

Para os meus parentes, para os meus amigos, para os meus conhecidos e os meus incógnitos irmãos, mensagem que vinha germinando há dias dentro de minh’alma e que não sei se tomou forma e se alcançou a alma dos meus queridos irmãos que vieram para a festa de aniversário deste doce menino que está na manjedoura e também em todos nós! Feliz Natal, Feliz Vida Nova!

Vai chegando o Natal, as festas da passagem de ano vão se aproximando e é impossível não se fazer aquela reflexão sobre como transcorreu mais um espaço-tempo de nossa existência. Eu faço tudo para minimizar as sensações trazidas pela tradição, forço a idéia de que é pura bobagem, é tudo sempre igual, nada vai mudar por causa do Natal, nada vai se transformar em nada por causa da mudança do calendário!, mas qual o que, é diferente, estes dias alteram nossas sensações, nossos sentimentos, tornamo-nos mais saudosistas, nos surpreendemos mais carinhosos com o próximo, mais condescendentes com aqueles com os quais não simpatizamos e assim nos vemos diferentes do que fomos durante o ano todo!

Será isto o tão falado “espírito de Natal”? Ou será que o tédio do “nada acontece” faz brotar em nós o ímpeto da mudança, o impulso da renovação? Um ou outro, que seja, ficamos diferentes com os outros e os outros, mudados conosco.

Sempre foi assim, esta metamorfose que nos torna ternos, disponíveis ao abraço, susceptíveis  à lágrima, infectados pelo desejo de sorrir e não sabemos por que!  Mas é tão fácil, minha gente! Como deixamos de perceber isto? O “espírito de Natal” existe e é obra do Deus Onipotente!  Tendo seu filho passado despercebido durante quase todo um ciclo inteiro das translações da Terra, este esquecimento chegando ao auge nas proximidades de seu aniversário, envolvidos que somos pelo apelo da orgia do consumo, pelo fastio das mesas fartas, um simples sopro vindo do âmago do Pai Eterno nos tira deste materialismo alienante e nos tornamos bons, generosos, solidários, misericordiosos, afetuosos, tolerantes, imensamente dóceis e o sopro divino vence a ignomínia do egoísmo, a insensibilidade da opulência!

E o mundo, o mundo de cada um, ganha um clima de fantasia  composta de sonhos  infantis, de devaneios adolescentes, de projeções adultas e retrospecções do Homem Integral, matéria e espírito, criação do Pai, à sua imagem e semelhança.

Este é o clima do Natal, revel renovação do espírito, inconsciente revelação do “filho”, estampado no Presépio real ou imaginário que vai presidir nossos dias por uns dias!

Feliz Natal a todos, queridos irmãos em Cristo! Que este “clima” nos mantenha sorridentes uns com os outros pelo maior tempo possível! E que a virada da folhinha nos transforme em novos! Novo ano, novo homem! Homem novo na relação com seu próximo, na concepção de sonhos menos materialistas, transformados em sonhos de bondade e humildade cristãs, livres do desejo incontrolável de “ter”, voltados para a grandeza de “ser”.

Esta é a mensagem nascida do mais profundo do meu ser, para os meus parentes, para os meus amigos, para os meus conhecidos e os meus incógnitos irmãos, mensagem que vinha germinando há dias dentro de minh’alma e que não sei se tomou forma e se alcançou a alma dos meus queridos irmãos que vieram para a festa de aniversário deste doce menino que está na manjedoura e também em todos nós! Feliz Natal, Feliz Vida Nova!