Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

Falhas da Memória!

 

Olha,  gente da minha terra, este escriba bissexto, entrado em anos, já começa a bater as bielas, como dizia o saudoso Edésio Montanari. Não é que falei sobre a farmácia do Sr. Mendonça, enumerei a família dele e esqueci-me de mencionar logo aquele com quem mais tive contato e afeição, meu querido professor José Toledo de Mendonça! Pois é, acordei hoje pensando na crônica que deveria escrever, pois 5ª feira é dia do envio, porque a Izilda tem que fechar a edição na 6ª feira. E pensa daqui, pensa dali, me veio à lembrança meu dedicado mestre de Canto Orfeônico. E um estalo me sacudiu: Ele não era filho do Sr. Mendonça e da Dona Rosaura?  E aí me veio o nome completo do farmacêutico daquela farmácia de tão lindo mobiliário, Sr. Antônio Pinto de Mendonça, sua esposa, Dona Rosaura Toledo de Mendonça!  Que mancada a minha!

Diante desta descoberta matutina, procurei fazer um balanço geral dos meus escritos pra verificar se houve algum outro lapso lamentável. E na primeira que li, a última publicada, uma falha de memória mais séria ainda. A quem já leu o que escrevi sobre o Sr. Vicente Cassini, peço que releia este início de parágrafo: “Foi ele quem, sem alarde, sem pose de autoridade, sem busca do agradecimento público pelo voto, em silêncio e com seu jeito simples, ar austero sem ser duro, rosto cavado, sulcado pela lida, usando seu terno de brim claro, seu inconfundível chapéu, o xará do meu pai, Sr. Vicente Cassini, foi quem conduziu a abertura de todas as principais estradas municipais de nossa Itápolis”,  e siga o que vem depois: “ele foi de importância vital, etc.,etc.,etc. Esta era a minha intenção, quando comecei o parágrafo. Só que, no meio dele, deu-se um “branco” e a frase ficou manquitola, pode conferir. 

29 de setembro de 1969

Visita do Bispo Diocesano  de São Carlos, D. Rui Serra, ao Museu Histórico e Pedagógico "Alexandre de Gusmão"

Da esquerda para a direita: Prof. José Toledo de Mendonça-Diretor do Museu, Caetano Gentile-Conselheiro do Museu, Pe. Ednyr B. Rovere-Pároco da Paróquia do Divino Espírito Santo, D. Rui Serra-Bispo Diocesano e Monsenhor Washington Pêra-Secretario do Bispo Diocesano

Vou pedir ao meu amigo Valentim Baraldi que faça a inserção deste trecho na última atualização, pois ela fica exposta no www.comerciodeitapolis.com.br o que possibilita  a correção. A publicação no “Diário da Cidade” não tem mais jeito de corrigir, os exemplares já circularam. Peço a todos minhas desculpas. Será que vou encontrar mais alguma ou algumas falhas tão graves?  Que Deus me proteja!

 

A presente crônica, atípica, fica como uma página descartável, pois estas correções serão feitas nos textos originais, que sofrerão acréscimos condizentes com o espírito do texto em minha mente. Lá eu vou dizer que o professor José  Mendonça, como era chamado por seus alunos, me incentivou muito no aprendizado de instrumentos musicais, o que também fez com muitos de seus alunos, nos quais vislumbrou pendor para a música. Foi o compositor da valsa “A Lenda da Rosa” , da valsa-canção “Presente da Lua”, da canção “Simplicidade”, da valsa lenta “Desencantos”, da marcha “Há estrelas no Céu”, da valsa “Tardes de setembro”, da valsa lenta para piano “Lembrança”, da valsa canção “Sob a Luz do Luar”, da marcha “Itápolis”, e do “Hino a Itápolis”. cuja letra foi escrita por outro ilustre itapolitano, o farmacêutico e sociólogo Julio Sudário. Naquela Itápolis havia só duas “Dona Bebé”, minha mãe e a esposa do Professor Mendonça, Dona Isabel de Almeida Mendonça, tão simpática e afável como o marido. Ambos tiveram um filho, o Celso.

Sobre o Sr. Vicente Cassini, faltou dizer que na família alguns assinam Cacini. E também sugerir que procurem alguma estrada, municipal, vicinal ou rodovia do pedaço que leve o nome do nosso abridor de estradas. Não sou só eu quem sofre de falta de memória!