Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

Diário de Itápolis - Nossas Escolas

Desculpem-me pela intromissão em assuntos da vida atual, eu que me propus a falar sobre os tempos idos. É que o que anda acontecendo nos dias de hoje tem que ser confrontado com a vida de antigamente e por aí talvez é que se encontre a solução para os impasses que nos atormentam hoje.

É motivo de irritante indignação e revolta o noticiário da imprensa sobre o que ocorre em nossas escolas e universidades. Eu que militei 42 anos de minha vida na lida escolar, sinto-me agredido diariamente pelas reportagens que registram o descalabro e abandono moral em que vivem grande parte de nossas unidades escolares, todas integrantes da rede pública de ensino. Não dá para ficar indiferente ao descaso que nossas autoridades, sejam federais, estaduais ou municipais manifestam na administração, manutenção e proteção de nossas escolas. Você abre o jornal ou a internet, liga o rádio ou a TV e pode esperar que lá vem bomba: invasões de vândalos, tráfico e uso de drogas, promiscuidade sexual, violência desenfreada, armas nas salas de aula, agressões a professores, até mesmo assassinatos.

E qual ou quais as medidas dos governos? Vão apurar! Em que prazo? Quais os resultados de inúmeras apurações já anunciadas? Passado o sensacionalismo da notícia, silêncio absoluto! Nada se apura. No nível da administração direta, vemos diretores que se negam a falar, a explicar, completamente indiferentes ao drama da comunidade em que atuam. As secretarias de educação também se omitem por trás de notinhas e aberturas de sindicâncias. Não se vê um administrador de peso presente, atuante.

Frequentar uma escola, hoje, é um risco enorme! Risco para os alunos, risco para os professores e funcionários! Isto não é ver-go-nho-so? Os governos estaduais e federal queimam verbas vultosas em propagandas enganosas, nas quais pintam o nosso ensino, a nossa EDUCAÇÃO como bem cuidada, como modelo de atuação governamental. O cidadão não só permanece calado e inerte diante disto, como paga a conta com impostos!  Em contrapartida o MEC, deste ilustre desconhecido Haddad, distribui livros que ensinam que falar errado é certo, como divulga vídeos onde estimulam o homossexualismo entre meninos e meninas. Já não chegam tantos homossexuais ocupando altos postos governamentais? Já não chegam tantos deles escrevendo novelas em que a mulher é descrita como má, como volúvel, como indigentes mentais, objetos de chacota?

Está mais que na hora de lutarmos pela redenção do ensino público! De perdermos o medo de sermos confundidos com preconceituosos e exigirmos que se preserve a evolução normal dos educandos, sem imposições exdrúxulas que querem impingir às nossas crianças. Uma atitude decidida de nós todos poderá salvar nossas escolas! Principalmente se encetarmos, com firmeza, uma cruzada nacional contra a impunidade e contra o mau exemplo que vem de cima!

Voltem-se para o passado. Relembrem a escola em que estudaram, a consideração com que eram tratados os professores, a segurança em que a gente vivia dentro dos muros escolares! Isto precisa ser reconquistado, com nossa atuação e com nossa determinada cobrança aos governantes! Isto é urgente! Não há mais tempo para se evitar o pior!