Histórias que não foram escritas

Orestes Nigro

Comemorações dos Aniversários da Cidade

Estamos nos aproximando do aniversário de nossa cidade e a poucos meses de uma grande efeméride, Itápolis completará em outubro de 2012, 150 anos de vida. A aproximação de outubro sempre me faz pensar na história de nossa terra, nas vezes em que o povo desta cidade comemorou suas datas históricas.

Nos desfiles as escolas se esmeravam nas apresentações

Eu também comemorei muitas vezes e pude assistir a muitas festas bonitas, com grandes desfiles com carros alegóricos, grupos com trajes típicos, muito rojão, muita alegria. E comecei cedo. Em 1940, Dona Mazé, nossa inesquecível professora e grande educadora, levou a uma das aulas do mês de outubro, retratos de pessoas ilustres de nossa mais tenra cidade, seus mapas mais antigos, a relação de seus prefeitos, de suas autoridades, de seus guias espirituais e compôs um singelo hino que nos ensinou, e nós homenageamos nossa terra cantando seu hino.

As nossas Bandas sempre se destacaram nos desfiles e suas apresentações eram muito aguardadas pela população

No ano de 1942, já estudando no 3º ano do Grupo Escolar Antonio de Morais Barros, atual Julio Ascânio Mallet, participei dos festejos de um Cinqüentenário de Itápolis, do que era esse cinqüentenário eu juro que não me lembro, se era da emancipação política do Município, se era de sua passagem de vila para município, eu sei que a minha professora, Dona Isabel Vessoni, dizia em todas as aulas “Estamos festejando este ano o Cinquentenário de Itápolis. E eu recebi uma incumbência honrosa, a de decorar e declamar numa solenidade, um poema de Olavo Bilac, “Primavera”, que alguns acharam difícil para minha idade. Ensaiei mais de um mês com minha professora, e na hora H, me empertiguei todo, estufei o peito e comecei: ”Vou declamar, do poeta  Olavo Bílac, com o acento no i, “Primavera”. A platéia, composta dos alunos do Grupo, dos pais e irmãos que compareceram, desandou a rir da minha gafe, aí a professora olhou firme pra mim e fez sinal de “vai em frente”, estufei de novo o peito e disse o poema inteirinho. Meu colega, Geraldo Hauers, o querido e saudoso Baianhinho, nunca mais esqueceu aquilo e, sempre que podia, tirava o maior sarro da vítima aqui. Na mesma solenidade, um pouco mais tarde, representando o 2º ano, declamou também o menininho Elio Renesto, que mais tarde viria ser um de meus melhores amigos.

Houve ainda desfile do Tiro de Guerra, do Ginásio Estadual, do Grupo Escolar, houve várias solenidades públicas, discursos, fogos de artifício. Foi a primeira grande festa cívica de minha vida. Espero estar com saúde e disposição para participar dos festejos de 1912, assim como todos vocês, meus queridos itapolitanos.