Memórias Políticas "Prof. José Toledo de Mendonça" |
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É com grande alegria que minha crônica dessa semana será em homenagem a um grande itapolitano, músico, professor e compositor: José Toledo de Mendonça. Tínhamos uma grande amizade sobre todos os aspectos. Eu, assim como ele, tocávamos trompete. Cheguei a tocar em uma orquestra de Itápolis com renomados músicos, como Raphael Mercaldi, Salvador Gualtieri, Chico de Conti, José Sene, Geraldo Januzzi, Wilson Prado, Hélio Ricoi de Camargo e Ariemir Gualtieri. Esse conjunto musical tinha o nome de Gualmerc, homenagem a os dois maestros, Rafael e Gualtieri. Professor Mendonça adorava valsas e compunha com um raro brilhantismo e teve oportunidade de ouvir um conjunto musical de Boa Esperança do Sul. A valsa foi ouvida quando tocaram para que meu pai e minha mãe dançassem no seu casamento e, para surpresa nossa, os mesmos músicos vieram às Bodas de Prata e tocaram a valsa novamente para a dança comemorativa. Acontece que nas Bodas de Ouro, como não tinha mais nenhum daqueles músicos vivos; o então Professor Mendonça, com todo conhecimento musical, presenteou-me com a partituras da valsa que era de seu conhecimento, partituras essas em um trio de trompetes, Geraldo Januzzi, Sebastião Vasquez e eu e com o acompanhamento de outro querido maestro musical o Professor Bia, ao violão. Fizemos uma seresta para o casal com toda a assistência dos boêmios do Boulevard Itápolis, pois a residência de meus pais era próxima a ele. Essa seresta, que devo ao Professor Mendonça, balançou minha estrutura emocional bem como a de meus pais e até hoje não mais toquei trompete, até doei o trompete para meu filho Eduardo.
Com esse prenúncio, passo agora a esclarecer quem foi José Toledo de Mendonça: ilustre músico, dirigente de orfeões, historiador, fundador do Museu Histórico Alexandre de Gusmão, conquistado com o apoio de todos os políticos locais e de nosso saudoso e querido secretário do governo Laudo Natel - Leão Machado.
José Toledo de Mendonça nasceu em Itápolis em 19 de novem-bro de 1912. Filho do farmacêutico Antonio Mendonça e de Dona Rosaura Toledo de Mendonça, fez o Curso Primário no GEE “Dr. Antonio de Moraes Barros” hoje “Julio Ascanio Mallet”. Iniciou o curso de professor normalista na Escola Normal de Itápolis e transferiu-se para a Escola Normal de Araraquara onde se formou.
Cursando o Conservatório de Canto Orfeônico de São Paulo, submeteu-se a concurso e escolheu cadeira no Instituto de Educação Valentim Gentil. Iniciou carreira musical com o Maestro Raphael Mercaldi, aprendendo trom-pete, violino, participando da orquestra do Cine Teatro Central (Cine Silencioso) e como compositor escreveu diversas páginas para coral e algumas obras didáticas. Compôs peças bandisticas e para pian. Escreveu as seguintes peças de caráter popular. Valsas: Lembranças, Desencanto, Presente da Lua e outras. Marchas: Há Estrelas no Céu, Gigante de Bronze, Cigana e Com que Esperança. Tango: Com letra de Líbero Massari, Canções – Minha Cidade, além do Hino do Grupo Escolar “Dr. Antonio de Moraes Barros”; de despedida do “Instituto de Educação Valentim Gentil” e algumas outras composições. Foi também historiador–publicava no jornal (O Progresso) a sessão “Fatos, Documentos e Vultos da História de Itápolis”. Exerceu também as funções de Secretário da Justiça no primeiro Cartório. Foi Secretário da Prefeitura Municipal. Casou-se com Dona Isabel de Almeida Mendonça e tiveram um único filho, o Celso, que contraiu o matrimônio com Maria Ângela Santarelli presenteando-os com 3 netos, Celso Filho, Renata e Fernando e mais cinco bisnetos. Foi grande batalhador e incentivador do Museu Histórico e Pedagógico “Alexandre Gusmão” organizando o acervo do mesmo com documentação e peças valiosas. Foi em sua época um dos museus mais bem organizados do interior do Estado e considerado um dos três melhores Museus do Estado em sua categoria.. Só a enfermidade o obrigou a afastar-se de suas atividades e quando a morte o levou, no dia 6 de julho de 1984, deixou uma lacuna difícil de ser preenchida. O toque musical do Professor Mendonça recebeu a sensibilidade poética de J. Mendes de Carvalho, Adolfo de Vasconcelos Noronha, Maria do Carmo Ribeiro da Silva e com grande destaque Júlio da Silveira Sudário, para o Hino a Itápolis e Marcha Cívica. Professor José Toledo de Mendonça foi homenageado com justiça, pois a escola da Vila Santos recebeu seu nome, escola essa, que está sendo destaque nacional pelo aprendizado eficiente de suas crianças, através do trabalho naquele estabelecimento de ensino, dos mestres e da diretora Aparecida Coletti Martoni, |