Francisco José Santarelli

Memórias Políticas

 

"Viagem à Itália"

 

Hoje não falarei de como era a política quando iniciei como candidato a vereador, mas também não falarei com o sentido de sentir me embevecido em razão de viagem à Europa e sim, na esperança de que algo de bonito, de gratificante possa um dia ser aproveitado na nossa querida Cidade das Pedras.

Duas horas no aeroporto de Madri, de uma grandiosidade e beleza, atendimento vip, trens para se locomover dada sua extensão e esteiras rolantes (até mesmo no reto) para não se cansar com o peso das malas. No Brasil, não vi nada disso, nem mesmo a atenção de um atendimento informativo, educado, atencioso.

Impressionante a altura do Liquidâmbar e, apesar disso, suas raízes não causam rachaduras na calçada

Duas horas após chegarmos a Roma, o mesmo atendimento de Madri. Muito lindo e o mesmo se via em Veneza.

Passo a relatar o que de bom, no meu entender, poderá ser aplicado aqui em nossa cidade. Em frente ao hotel onde nos hospedávamos, calçadas largas com restaurantes todos envidraçados. Chamaram minha atenção as árvores frondosas e altas sem provocar sequer uma pequena rachadura nas calçadas.

Tenho a impressão de tratar-se de uma homenagem dos Romanos ao Canadá, pois  trata-se de Liquidâmbar, a árvore símbolo daquele país, pois na sua bandeira está gravado o desenho da folha dessa planta, que no outono muda de cor.

São encontrados canteiros de flores em todos os espaços

Essa é minha primeira sugestão: que um dia arborizem nossas ruas com essa espécie de árvores, que não precisam ser podadas.

A segunda sugestão, a mais importante, pois levávamos o nome para o mundo de que Itápolis era o maior produtor de laranjas do Brasil. Não é que, passando por uma Avenida de Roma, a mesma estava toda arborizada por laranjeiras carregadas de frutas, pois ninguém apanhava as mesmas já amadurecidas. Seria uma boa ideia, um dia plantarem nas vias duplas de entrada na cidade algumas laranjeiras do tipo Grape fruit de aspecto bonito como as de Roma, mas de sabor a desejar, pois nos EUA são comestíveis com colheres, acrescentando-se mel. Aqui em Itápolis, o Sr. Deolindo Branco Peres, de saudosa memória, cultivava nas Fazendas São João e São Jorge.

A beleza da flores nas janelas é cena natural na Itália

Seria ótimo, pois na posteridade nossos descendestes teriam conhecimento da grandiosidade vivida quando éramos os maiores produtores do país, evidentemente e concomitantemente, com campanhas educativas para não apanharem os frutos. Se conseguiram lá em Roma, conseguiremos aqui algum dia.

Os canteiros centrais das avenidas da cidade por onde passei, principalmente em Roma e Montegranaro, todos floridos e lindos. Trouxe algumas sementes dessas flores e estou acertando, com um amigo que possui estufa, no sentido de conseguirmos obter mudas dessas espécies.

Campos e residências sem cerca de proteção e de divisas

Talvez deixar que os moradores da cidade cuidem das flores dos canteiros de seus quarteirões e por que não, com prêmio aos mais bonitos?

Acredito que 80% das residências das cidades que visitei possuem jardineiras e flores; trepadeiras defronte das sacadas e janelas, principalmente em Veneza. Ah! Veneza! Como é linda!

 

Entre Bologna e Padova,  região produtora agrícola da velha Itália, víamos culturas de cereja, trigo, milho e uva, sendo a maior parte irrigada. O que mais me encantou foi não ver uma cerca de divisão e nem de proteção das residências. Acho que ladrões não fazem carreira naquela região. Vamos ter de curtir por muitos anos ainda, ou seja, quando conseguirmos dar educação para todos os habitantes desse país. Então, tenho certeza de que não teremos mais cercas divisórias e protetoras e sim, respeito aos seus semelhantes.